terça-feira, 26 de maio de 2009

RASCUNHO



O que escrevo, nasce das entranhas...
são verdades tão minhas
como uma paixão avassaladora
que precisa ser exposta, expressa, expulsa.

E é tão necessário que exige que eu busque,
avidamente por um lápis e papel e, assim,
derramando cada palavra,
possa lavar minha alma
e fazer vibrar meu coração.

Não escrevo porque devo,
mas porque preciso;
como preciso de ar e água
como desejo amar inteira,
com fome e ardendo em febre
e o beijo é o remédio,
se não o beijo, a palavra que,
desaguando em versos,
culmina num suspiro.

Carmo Tavares

SER




Quando crescer,
quero ser árvore...
pés presos no chão
feito raiz,
firmes e fortes.

Quando crescer,
quero ser árvore...
alcançar o céu com meus braços
e manter-me serena,
mesmo enfrentando ventos e tempestades.

Quando crescer,
quero ser árvore...
que floresce a cada primavera
e no inverno aceita
que é preciso perder suas folhas
para se manter bela.

Quando crescer,
quero ser árvore
para abrigar ninhos de passarínhos,
sem ter tristeza quando partem em revoada,
livres pelo mundo.

Quando crescer,
quero ser árvore...
que proporciona sombra amiga
à qualquer um que procure,
no entanto não se abala
se nunca mais voltar a ver
os que receberam seu carinho.


Quando crescer,
quero ser árvore...
ter as raizes firmes no chão
e com meus galhos
encostar na lua
e sentir cosquinha.