Do copo de fel que me deste,
nada sobrou;
sorví até a última gota;
envenenada, fiz parte de teu martírio;
julguei-me por ele responsável.
Hoje sei que era tudo o que podias me ofertar,
a tua seiva amarga e destrutiva;
dor, peso, prisão...
Lá permanecí por anos,
cela aberta e eu não via.
Ainda tento sair e não posso,
contaminada pela droga,
sem forças, só observo;
oscilo, levanto e caio.
Agora...espero;
um antídoto
capaz de me salvar
e arrancar
meu corpo inerte
do cárcere frio.