terça-feira, 16 de junho de 2009

O Quarto Escuro





Encontrei um quarto escuro aqui dentro,
como um vão de escada, um beco...
Cheio de nada, mas carregado de sussurros.
Ninguém o visita, nem eu tão pouco;
mal vejo que existe, mas está lá...
como um pássaro morto
deixado no freezer da geladeira.

E está vivo,
pulsa sombra adormecida,
prenuncia solidão e perda;
como quando se vem ao mundo,
num desamparo que segue a vida...
que pode ser feliz e cheia de sonhos.

Mas ele permanece lá... o quarto escuro;
avisando fins e começos,
separações e medos,
que são despertados à noite,
ao soluçarmos baixinho, no travesseiro.

Às vezes, sua porta se abre,
sempre na hora do parto,
e depois, inevitavelmente,
ela escancara, na hora da morte!

Um comentário:

  1. Éééé... Erin, desse jeito, logo, logo, teremos lançamento de livro, não!? Adorei o poema... denso!

    the Osmar

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