Névoa pura e nova chega,
qual brisa noturna, afaga...
sussurra mel,
apazigua dúvidas.
Penetra.
Intermitente orvalho
torna-se bálsamo que,
gota a gota
cura velhas cicatrizes.
Em seu colo morno
descanso a alma,
farta de penas.
Experimento seu gosto...
é de amoras frescas,
recém apanhadas no pé.
Tem a mania de acordar meus sorrisos,
esquecidos nas manchas do passado,
e com um toque imperceptível,
por ser manso,
revela verdes horizontes
e um negro dilema.
Mas, num enlevo atrevido
e inconsequente,
deixo-me ir,
como quando menina
ao correr na areia
para encontrar o mar.
Erin Lagus