Prezo silêncio...
a estaca não pára!
Buzinas, o cão,
motores...
de carros, caminhões,
do gás, do lixo,
notas infernais
e as ouço todas
em suas nuances
milimétricas.
Timbres insólitos,
agressores insuportáveis,
conspurcam uma paz urgente...
Prezo o silêncio!
Aquieto-me...
então,
ecos do passado
invadem
com uma ganância aguda,
fazendo eclodir memórias,
vozes, medos,
sonhos,
projetos inconclusos,
num redemoinho de pensamentos
incontroláveis...
Rogo por uma nesga de silêncio,
e me é tão caro...
silencio enfim,
para o mundo e para mim...
e o telefone toca,
toca,
toca,
toca...
já não o ouçovez ou outra ainda,
como lâmina afiada,
novo enxame de ruídos
voltam a dilacerar
meu raro silêncio
permaneço...
a prezar por ele,
silencio...
Erin lagus
No Silencio e calor da terra a semente brota...E no silencio carrega o futuro...
ResponderExcluirOlá, Carmo. Erin Lagus é seu pseudônimo?
ResponderExcluirBelíssima poesia, muito bem escrita, parabéns!!
Amei esse trecho: "Rogo por uma nesga de silêncio,
e me é tão caro..." As vezes me sinto assim, a prezar pelo silêncio, um silêncio que me deixe alheia ao mundo, ao cotidiano, aos problemas e à busca por soluções, para sentir uma paz interior.
Parabéns mesmo! Beijo.
Erin Lagus é um nome de alma, Erin é um nome poético para a Irlanda e Lagus, uma querida runa, significa o líquido aminiótico da mãe terra. Obrigada pelos comentários,
ResponderExcluirbeijo grande,
Carmo